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sexta-feira, julho 15, 2011

A Escola da Pintura

Outro dia um amigo me perguntou o que eu acho que é a vida.
Resposta difícil, não é?
Vou contar como respondi.
Imagine uma escola de pintura. Ao entrar, você recebe uma tela em branco e encontra vários alunos pintando. Muitos estão trabalhando há anos, e os quadros são de todos os tipos, desde obras maravilhosas até telas completamente destruídas. As tintas, os pincéis e os materiais de pintura estão espalhados pela sala, alguns bem acessíveis, outros em locais difíceis. Apesar de ser uma escola, não há professor. È tudo por sua conta.
O que você faria nessa situação?Pegaria qualquer pincel e simplesmente espalharia tinta em sua tela? Observaria os que estão trabalhando e tentaria imitar alguém talentoso? Juntaria sua tela à de outras pessoas e pintaria um grande painel em equipe? Tentaria criar uma obra original e aprender com seus próprios erros? Utilizaria apenas os materiais mais acessíveis ou batalharia para conseguir também os mais difíceis?
Volto a perguntar, o que você faria?
Na minha opinião, a vida é como esta escola de pinturas. As pinceladas são as nossas ações.
Às vezes, damos pinceladas de mestre. Usamos o tipo certo de pincel, a mistura correta das cores e movimentos precisos. São as nossas boas ações. Aquelas que nos fazem dormir tranqüilos e com um sorriso nos lábios.
Outras vezes, borramos todo o nosso quadro e pensamos: Argh! Estraguei tudo. Não tem mais jeito.”  Desejamos até jogar a tela fora e parar tudo. Vamos dormir arrasados e querendo morrer.
È nesta hora que precisamos lembrar da escola de pintura. Não se desespere. Por mais borrado que seu quadro esteja, você sempre pode pegar um pincel limpo, as tintas certas e pintar por cima.
Se você disse algo ruim para alguém, peça perdão. Se  fez algo que não deveria, volte lá e conserte. Se deixar passar um  oportunidade de elogiar, procure a pessoa ou pegue o telefone e faça o elogio. Se  teve vontade de acariciar alguém e não o fez, faça-o na próxima vez que encontrá-lo (a) e diga-lhe apenas que está acertando seu quadro – tenho certeza que você seá compreendido.
A única coisa que você não deve fazer é deixar os borrões aparecendo. Não interessa quão antigos eles sejam. Se estiverem lá, corrija-os. É corrigindo que aprendemos a não cometê-los e nos tornamos artistas cada vez melhores.
Fazendo assim, não importa se teremos mais duzentos anos ou apenas mais um dia para nossa pintura. Quando formos chamados para expô-la, ela estará perfeita. Talento,  tenho certeza que todos nós temos.
(texto retirado do "O livro da Bruxa", de Roberto Lopes)

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